domingo, 8 de maio de 2011

A sempre menina-mãe

por Marcelo Moraes

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Ela acordou logo que o sol apontava seus raios sob a sua janela. Anita era uma menina sábia sem mesmo saber que era assim. Aprontava todas as suas tripulias, mas de forma maestral. Diferente de todas as crianças que ela conhecia e que lhe faziam companhia. Ela se destacava, não era a mais falante, mas a mais atuante em seu papel de criança. Ria, chorava, porém brincava, e brincava muito! Obedecia aos pais, avós, tios, amigos, incluindo os professores. Para ela era claro o sentido de respeito, e quando ela mesma cometia tal delito, aceitava suas punições, pois para ela, toda ação levará a uma reação, sem nem mesmo saber que isto já era uma lei da física. Isso, como tudo o que tem nesta vida, faz parte do aprendizado, do conhecimento e do crescimento de cada um. Mas Anita escondia em sua timidez pouco notada pelas pessoas um desejo de ser mãe. Nem sabia como uma criança surgia ali no ventre materno, muito menos o que era este tal de “ventre”, mas sabia de algo....Para ela, observar a sua mãe, suas tias, e todas as mães ao seu redor a deixava diferente, ela tinha um desejo que nem mesmo sabia o quanto... E depositava tudo o que observava nestas mães, em suas brincadeiras com as poucas, mas bem cuidadas, bonecas.

O tempo foi passando e a pequena Anita passou por mudanças em sua vida e as brincadeiras foram ficando para trás. Seu desenvolvimento chegava e ela descobria transformações em seu corpo. Já era conhecedora destas mudanças, pois na escola aprendera que quando chegava na adolescência, o corpo preparava-se para receber um feto, uma sementinha, um bebê! E neste dia, quando olhava-se pelo espelho, o sentimento de ser mãe ressurgiu, porém mais forte do que antes. Era esta a sensação que não sabia descrever na infância mas que agora sentia na pele, ou melhor, no ventre. Poderia ter a sua própria bonequinha (ou bonequinho, talvez).

Só não contava com um detalhe, sim, um detalhe que na escola não se deu conta: de que para ter um bebê tem que encontrar a sua cara metade ou o futuro papai desta criança.  E foi aí que Anita mergulhou no mundo da fantasia, agora mais adolescente do que nunca, para encontrar o seu “príncipe encantado”. De início, as suas experiências com os garotos não foram muito bem sucedidas, a ponto dela achar que estava num mundo diferente do real, de que ela seria a pessoa mais sem sorte deste mundo. E assim foi levando a vida em cada tentativa frustrada. Gostou de um que não gostava dela. Não gostou de um que gostava dela. E a lei da discordância imperava em sua vida, até que... Bem, finalmente esta história resolveu  mudar!

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Anita conheceu o mais nerd dos adolescentes que poderia imaginar. Foi na sala de bate-papo de uma rede social. Ela o encontrara numa lista de amigos de uma de suas amigas mais próximas. A comunicação entre os dois tomava um rumo bastante promissor, pois a amizade entre eles tornava-se forte a cada dia que se falavam. E esta maratona de bate-papo diário estendeu-se por algumas semanas e nada de Anita mudar o rumo daquela conversa que nada ia além de assuntos triviais: trabalho, estudo e programas de tv. Mas decidiram se encontrar, e marcaram o tão esperado encontro num dos parques mais agradáveis da cidade.

Pierre era oito anos mais velho que Anita e embora fosse ainda bem jovem, já era pai da pequena Jeanne, a qual encontrava-se em seus braços no momento em que Anita se aproximava dele. O reconhecimento facial de ambos fora certeiro, já que se viam por fotos e webcam, mas o poder de se virem em “alta resolução” naquela hora trouxe à Anita uma grande surpresa: durante a conversa Pierre revelou o segredo que prometera contar-lhe no encontro: Que a “irmãzinha” Jeanne era sua filha e que a sua esposa Marta se tratava de um sério problema de saúde, internada há semanas num hospital bem distante da cidade. Estava claro para ela a intenção de Pierre: Não era paquera, não era namoro, era ajuda. E diante da dificuldade, Anita aceitou, explodindo de alegria, a proposta de ser a babá de Jeanne, pois Pierre não estava em condições emocionais de se distanciar de sua filha deixando-a com algum parente, nem de estar regularmente ao lado de sua esposa, no hospital, e não ter sua filha ao seu lado quando chegasse em casa. Era o desejo de mãe aflorando em Anita que a fez , daquele momento em diante, perceber o verdadeiro sentido de ser mãe! E a história da pequena Jeanne estava apenas começando... A de Anita também, ou da sempre menina-mãe: que não encontrou o seu Príncipe Encantado mas que conquistou uma grande joia, afinal, Anita é uma menina sábia e como tal, sabia o quanto aquela criança lhe seria especial. É como diz o ditado: “Coração de mãe não se engana!”

4 comentários:

  1. Lindo exemplo de amor, amizade e dedicação. Bela história !!!!!!
    Apareça...
    Especial anos 80 em meu blog.
    Beijo!

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