sexta-feira, 10 de julho de 2009

Achado não é roubado! Mas...

por Marcelo Moraes

...e se for emprestado e não devolvido?

Ronaldo Esper

Ronaldo Ésper: pegando coisas sem permissão.

Este assunto sempre foi motivo de conversa entre as pessoas e ele volta a me perseguir toda vez que chegam as férias e passo a fazer aquelas arrumações e bota-foras nas gavetas, armários e afins... Algumas coisas são muito bacanas como o post da Máquina Fotográfica e o do Walkman, mas nem tudo o que se encontra ou se lembra é tão legal assim (mas acaba virando post também, claro)

Começa assim: você está lá, arrumando os livros em ordem na estante, e??? Cadê o livro tal que fica aqui? Vai ordenar as revistas e, de repente: uai, que edições que estão faltando? Ah, eu emprestei pra fulano!!! Fora de casa, como reclamamos quando o caixa de alguma loja ou o cobrador do ônibus vem com aquela história do “posso ficar te devendo 2 centavos?”, “vou ficar te devendo 5 centavos, tô sem troco!”. Que existem pessoas folgadas entre nós não é nenhuma novidade. Folgada, no sentido de cara-de-pau mesmo e não de ser preguiçosa. Parece que é o tipo de coisa que por mais que eu passe por isso, eu NÃO APRENDO! Ou aprendo em termos...

Desde criança somos educados com aquelas frases triviais: “não aceitar nada de estranhos” (até mudarmos o nosso conceito de estranho ou do que é “estranho”, né?? rss); “não pegar nada de ninguém sem pedir”, ou de “não pegar aquilo que não é teu”. Certo? Certo... Eu aprendi, você aprendeu e muita gente aprende isso ainda (claro, temos excessões a la Ronaldo Ésper, que eu não deixaria passar batido), porém, não entendo o porquê de tanto esforço se estas criaturinhas, que cresceram e (acredita-se), amadureceram, não praticam nada disso. Recentemente fui pedir um livro técnico emprestado para uma amiga (que é amiga), e aí veio outra surpresa: este mesmo livro está emprestado a outra pessoa e que a mesma já deveria ter devolvido há muito tempo (mais de ano)! Ou seja, meu pedido virou um lembrete para ela! E dessa forma, fizemos um histórico dos empréstimos feitos e recebidos e eu, novamente, me lembrara de um livro técnico também, que nunca mais o vi em minhas mãos e a tal criatura que me pediu emprestado, tomou Doril (mas deixou a dor comigo). Livos técnicos são caros (muito caros), e o fato de você emprestá-lo a alguém já mostra uma preocupação em ajudar a quem não pode adquiri-lo naquele momento. Ok! Você empresta para a pessoa e espera a devolução. Cada um combina à sua maneira, certo? Certo! Ou, então, a pessoa diz “no dia tal te trago, pois é rapidinho o que tenho que fazer”. E nunca mais dá notícias. E o simples fato de organizar minhas coisas me fez ter uma lista repleta de coisas que emprestei e que me foram emprestadas.

Depois de um tempo passei a julgar um pouco estas pessoas pelo que elas nos submete a emprestar e/ou com a forma de devolução (se sim ou se não), do que você empresta a elas. Tem coisas aqui comigo que me foram emprestadas há alguns anos, outras bem recentemente, mas sempre, sempre dou um retorno do que está comigo ao dono ou dona, e perguntando se precisa que eu lhe devolva naquele momento. Aquilo não é meu, é emprestado, certo? Certo de novo! O mesmo digo com dinheiro. Isso ainda é mais sério. Às vezes, por uma necessidade sua, você pede a alguém, ou pela necessidade de alguém, você lhe empresta. E, novamente, alguns se fazem de esquecidos, ou lhe faz entender que você simplesmente lhe “deu” aquele dinheiro (já que você tem de sobra e sai presenteando as pessoas por puro hobby). E eu, que reclamava tanto dos 2 centavos com o caixa do mercado ou o cobrador do ônibus, passei a pensar melhor de quem, realmente, me deve. Uma vez fui cortar o cabelo no mesmo local que corto há anos, e na hora de pagar, fiquei devendo R$ 1,00, pois tinha aumentado este mesmo R$ 1,00, que eu não sabia. O barbeiro me disse: “não tem problema, quando voltar você me paga”. Meses depois que retornei lá, ao pagá-lo pelo corte do dia, lhe avisei daquela dívida. Ele não se lembrava. Eu disse: “Você não se lembra, mas eu me lembro, o que eu devo, eu pago!” E descrevi a cena do dia para ele se lembrar que eu estava lhe devendo mesmo, e aí ele se lembrou. Eu não anoto num papel, mas não me esqueço, nem que passe um bom tempo sem ver a pessoa que me emprestou. Isso tudo acaba criando um vínculo maior (ou menor) entre as pessoas. Umas lhe emprestam com a total confiança que tem por você e assim você também faz com quem lhe pede. E esta confiança se reforça com outra frase trivial que me acompanha desde a infância: “cuide das coisas dos outros como se fossem as tuas”. Se tudo o que tenho, cuido bem, então...

 

Entretanto, a gente não acerta sempre, e quantas coisas já emprestei e recebi com total descuido ou com aquelas respostas banais: “olha, este risquinho aqui já tava, viu, quando você me emprestou”... A pessoa ainda se justifica, e pra mim!? Justo pra mim que cuido das minhas coisas?? Ai, ai!!! Depois dizem que estamos nos tornando pessoas muito egoístas, individualistas. E faltam motivos?

Eu ainda não conclui a minha arrumação de gavetas e companhia, não pude ter o livro emprestado, mas já sei o quanto vale aquilo que está ao nosso redor: pessoas e coisas. Com pequenas atitudes delas com as nossas coisas, ou nossa com as coisas delas, tudo pode mudar... Pois crimes perfeitos não deixam suspeitos... E de quantos suspeitos eu já me lembrei...

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10 comentários:

  1. Vixi! esse post me lembrou de cds, livros, dvds que simplesmente desapareceram de minha estante... sempre disse pra mim mesmo;
    -Pessoa avoada, faça um relatoriozinho das coisas que vc empresta e pra quem, lógico... mas o problema é que nunca me dou ouvidos...
    Abraxxx Marcelo!

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  2. rsrs...preciso fazer minha lista do que já me levaram emprestado..e olha que tem coisa..
    odeio quando não me devolvem ou devolvem com estrago..sou chato ..virginiano perfeccionista..imagina..CHATO mesmoo.rs
    Abraços bom final de semana

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  3. Caramba, como tem gente me devendo (mas devo reconhecer, tenho 3 livros já faz mais de ano e não devolvi para o dono!). Já perdi a conta dos livros que foram e não voltaram, mas houve um caso exemplar: a pessoa jura que me devolveu (deve ter sido no dia do meu aniversário: 31 de fevereiro). Vou dar uma olhada nos CDS, nos DVDs...bom, quanto ao dinheiro emprestado e não devolvido, já era! Boa lembrança, amigo!

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  4. Marcelo,
    Fiquei mal agora. Acabo de lembrar de 5 livros meus que estão emprestados e não foram devolvidos. Um deles é técnico e como vc disse é caro!
    Acho que a partir de hj vou adotar o seguinte : NÃO EMPRESTO, SINTO MUITO.
    bjs e ótimo fim de semana

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  5. Olá Marcelo, quando terminei de ler esse post no Google Reader, sabia que não poderia deixar de visitar a página pra comentar, pois me indentifiquei muito com algumas situações citadas.

    Podem até dizer que sou uma pessoa egoísta, mas se tem uma coisa que não gosto é emprestar coisas do tipo livros, cds, pen drivers, etc. Pois sou uma pessoa muito zelosa com meus pertences e muitas pessoas não tem o mesmo cuidado que eu teria ao usar determinada coisa. Além do mais, fico maluco quando preciso consultar algum um livro que comprei, mas não posso no momento porquê está emprestado a dias pra alguém.

    Outra cituação semelhante que vivi, foi ficar devendo R$ 1,00 ao barbeiro por ter subido o valor do corte de cabelo e eu não sabia. Só que no meu caso, depois de cortar o cabelo, fui na minha casa e 15 minutos depois estava lá novamente para pagar-lhe o R$ 1,00 . Ele disse que não precisava me incomodar e poderia ter pagado-lhe outro dia, mas se não fosse naquele momento, eu ficaria muito incomodado sabendo que devia pra alguém e por mais consciente que sou, correria o risco de esquecer e num dia qualquer ele me cobrar. Nada mais justo, é claro, mas pra mim seria uma situação muito desconfortável, pra não dizer uma vergonha.

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  6. Marcelo,

    Confesso que tenho um pequeno problema em emprestar livros, cd's e dvd's, tenho ciúme mesmo, por isso escolho a dedo quem merece a confiaça de um empréstimo. Mesmo assim tem os esquecidos, e puxa vida, como é chato lembrá-los de devolver algo. É uma pena que por falta de simancol de algumas pessoas a gente tenha que passar por certas situações.

    Abraços.

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  7. É SODA* qndo isso acontece !
    Se empresto cds, livros ou dvds aos amigos e mesmo depois de 3 dias não me devolvem ou me ligam dizendo que já podem me devolver eu começo surtar rsrsrsrrss
    Mais um post legal :o)
    Obrigada pel visita e até
    Beijo!

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  8. Uauuu amigo... Estava ausente, sem tempo de ler ou blogar.. mas todas as vezes q passo por aqui me surpreendo com suas postagens, sempre inteligentes e intrigantes... elas costumam me levar à reflexões como organização, bom senso e etc... Ganharás uma fortuna, qrido amigo...rs

    Abraços e boas férias (que elas passem lentamente!!)

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  9. Olá, Marcelo,

    Dificilmente empresto alguma coisa; já livro, nunca. Meus amigões do peito nem pedem, porque sabem que a resposta será não.

    Há pessoas que chegam ao extremo de fazer chantagem: "Ah, então não sou seu amigo, não confia em mim?". Eu confio sim, mas nem todas as pessoas têm o mesmo zelo que eu pelas coisas que percentem aos outros. Aliás, é justamente por conta disso, que não peço emprestado nada a ninguém. Prefiro ficar na falta a ter de ficar na expectativa de que a pessoa que me emprestou, me peça algo emprestado dias (ou meses ou anos como troca de favores).

    Aproveito para lhe agradecer por ter feito os comentários em meu blog. Fui em dois computadores diferentes e lá meu blog também está abrindo normalmente.

    Abraços e boa semana.

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  10. @Robson
    Eu já fiz este relatoriozinho, mas o problema não é com quem temos contato frequente, mas com quem é passageira em nossas vidas! O famoso coleguismo. As pessoas mais conhecidas, ainda temos a cara-de-pau para pedir depois...rss Abraço.

    @Olavo
    Chato? Então, somos dois. Quem me pede já sabe que tenho algumas observações antes de entregar alguma coisa "temporariamente" (e sou canceriano, hein? rss)Abraço.

    @Elaine
    Pelo menos este post te fez lembrar destes livros não devolvidos, né? Já é um começo...rss E como é complicado emprestar dinheiro e não receber (ai, ai, ai...). Beijo.

    @Kellen
    Vem aquela dorzinha no peito, não é? rss Sou tão seletivo quanto a teoria de Darwin (só os mais aptos sobrevivem). Comigo, só os mais chatos (que eu), que empresto, caso contrário, recebo o título de "egoísta e afins"...rs Beijo.

    @Júnior
    Obrigado pelo comentário. Tem certos assuntos que, aparentemente, parecem bobos, mas mostram o quanto nos identificamos por aqui, né? Como sou zeloso também com meus pertences, e como é chato ter que, às vezes, emprestar a alguém que não quer e não tem a alternativa do não..rss Já me aconteceu de precisar de um livro ou CD, ou DVD e ele estar emprestado. Livro é ainda pior! Mas acho que aprendi um pouco... Um pouco...rss E devolver logo um dinheiro emprestado é o que mais me preocupa de todos os empréstimos que faço. Depois que devolvo, passa...rss Abraço.

    @Luciano
    Eu só ofereço algum material emprestado a alguém que já conheça o suficiente para saber que cuidará bem dele, caso contrário, digo não e pronto. Também tenho ciúme por alguns pertences, aí é quase zero a probabilidade de emprestá-lo...rss Abraço.

    @CrazyAngel
    Geralmente eu faço um combinado de tempo de empréstimo, assim não crio esta expectativa de devolução imediata. Quando um deseja algo antes deste tempo, avisa o outro que quer. Tem dado certo assim comigo. Obrigado. Bj

    @Cacau
    Gracias, senhorita, por passar por aqui. Espero mesmo que este lentamente se confirme nestas férias :P Beijo.

    @Valdeir
    Aprendi um pouco também com meus erros de emprestar aos outros: não divulgue o que não quer emprestar! É fato isso. Tenho conhecidos que já sabem como sou e, quando precisam de um empréstimo (de materiais), ficam me rodeando com as palavras para ver se eu caio no papo rss Aprendi a dizer não também. Sim é opcional, nestas horas...rss Obrigado. Um abraço.

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