quinta-feira, 3 de dezembro de 2009

Você acredita em sinais? #pendrive

 Era uma vez o meu pendrive

Hoje perdi o meu pendrive. Em meio a uma chuva e dentro do ônibus, um bolso furado. Estava sentado, levantei-me. Senti algo pressionando e deslizando ao mesmo tempo. Sensação de que algo havia caído ou esbarrado em minha perna. Não fez barulho. Dei o sinal, olhei ao redor da poltrona e nada demais, só um papelzinho de bala que havia em meu bolso. Normal, mas a sensação era de ser algo mais denso. As chaves de casa, os documentos, o dinheiro e o celular estavam em seus lugares no bolso, então prossegui com a espera da parada do ônibus. Voltei o meu olhar para a poltrona umas duas vezes mais e nada demais, o mesmo papel de bala continuava por lá.. Saí, e alguns passos depois, cai o chaveiro. Este sim fez um barulho, pesou e parou em meu pé. Lembrei-me do danado do bolso furado! O mesmo bolso que por tantas vezes as moedas insistiam em cair e que sempre me avisavam que estavam lá (ainda). Talvez por isso, nunca me preocupei em fechar aquele pequeno rasgo. Sempre resgatava as moedas e as chaves que por lá caíram. Após pegar o chaveiro e pôr a mão no bolso, a resposta chegou: era o pendrive que havia caído. O ônibus já estava longe. Continuei seguindo em frente o meu caminho para casa.

Ficha “técnica”

 

Este foi o meu primeiro pendrive, com cerca de quatro anos comigo. Como foi o primeiro, colocava tudo nele, desde coisas pessoais a arquivos de trabalho. Às vezes, os de outras pessoas que me pediam um “espacinho” no meu dispositivo portátil. Neste dia, logo pensei: não curto esta idéia de um ficar usando o espaço do outro, se é dispositivo portátil por que que cada um não compra o seu? É o mesmo pensamento que tenho com celular: quem é que espera alguém comprar um pra dizer “deixa o celular comigo hoje que eu quero usá-lo, tá”? Caras de pau sei que tem e que fariam isso devido a sua própria #caradepau, mas atualmente, até uma criança envia sms de seu próprio aparelho. Mas aquela situação de compartilhar o pendrive me deixou com uma pulga atrás da orelha, e em meu pensamento, as divagações: “pendrive, dispositivo portátil, pessoas usam pra lá, usam pra cá, emprestam, conectam, desconectam... E se, de repente, acontece alguma coisa com ele e eu perco tudo? Aquelas fotos que só deixei lá? Aqueles arquivos “X”, aqueles álbuns “Y”? E se a pessoa resolver fuçar meus arquivos pessoais e fizer alguma caca e perder tudo?” Aquela sensação de perda ficou mais forte em meu pensamento, até que resolvi ter um segundo pendrive e separar as coisas do trabalho em um, e as pessoais em outro. E as dos outros, como fez? Nada demais, meus pendrives não são para os outros, são para mim (ou para as minhas coisas). Foram deletados, uai!

Nada acontece por acaso...

Quando adquiri uma multifuncional, primeiro a comprei e depois fui tentar instalá-la. Não instalava no micro que eu usava, pois não tinha a entrada para os cabos (normal para quem não manjava muito de tecnologia na época). Algum problema? Não, só o modelo do micro que não era mais compatível com a nova tecnologia de cabos! A multifuncional ficou, então, parada por uns 4 meses, não pude nem ao menos testá-la, e era o momento que eu mais necessitava do seu uso, pois fora comprada com o intuito de melhorar e facilitar o meu trabalho. Tive que esperar, não podia comprar um novo micro e aquele coitado ainda durou aos trancos e barrancos até o dia em que ele...pifou! Tive que arriscar na compra de um novo: foi sofrido pagá-lo, mas comprei uma excelente máquina para aquela época, e que tinha a novidade do gravador de CD! Com toda a experiência bem sucedida de ter arquivos perdidos em anos e anos de aprendiz de usuário de computador, passei a salvar tudo em CD. Até os disquetes entraram na parada de conversão para CDS, porque hoje em dia, quem conseguiria introduzir um disquete num computador que só tem espaço para cartões de memória? A multifuncional conectou rapidinho, porém, não instalou: veio com defeito, mas ao entrar em contato on-line com o suporte técnico da HP, naquele computador novíssimo, fui muito bem orientado a uma assistência próxima a minha área residencial e o técnico já me aguardava com todos os dados que forneci no atendimento on-line, e em menos de uma semana, ela voltou pra casa curada e funciona perfeitamente bem ATÉ HOJE! Foi a primeira vez que testei realmente o valor da garantia de um produto e de constatar o quanto uma empresa bem conceituada mostra empenho em manter a qualidade de sua marca. #adorohp

 

Micro vai, micro vem...

 

E eu usei este novo micro (e como usei!), mas com três anos de intenso uso e algumas fontes trocadas, ele me deu novos avisos: tô com pouca memória, tô com pouca memória... Tá lerdo, você quer dizer, né? Sim, e muito lerdo! Mas vamos lá, ele liga, desliga, conecta, desconecta, mas TRAVA! Ok, a gente se acostuma e vai reiniciando até voltar ao normal. Sempre voltava, depois de um “sempre travava” rsss. E eis que chega o pendrive para completar os USBs disponíveis na máquina. Funcionando direitinho, era só alegria o uso daquele dispositivo, até que o computador detecta o primeiro vírus e passa a não reconhecê-lo mais. Desespero? Quem disse que não? Um aparelho que ninguém me roubou mas que roubou o meu sossego por não poder acessar todo um trabalho de meses e alguns momentos de lazer conquistados! Por tanto temer o pior, este pendrive me fez comprar um novo micro em tempo recorde, este mesmo que uso hoje, totalmente atualizado, com o selo Core 2 Duo, várias entradas USB, com gravador de DVD e leitores de cartões de memória! Ao receber este novo computador, a instalação concluída e tudo em ordem, o teste inicial: conectar o pendrive! Ufa, a respiração vem mais do que aliviada: tudo estava lá, abrindo, fechando, direitinho. Assim, com o aperto passado, todos os meus arquivos dos computadores antigos passaram por uma reorganização generalizada e salvei tudo em CD, devidamente etiquetados e separados por categorias e cronologicamente. Deu trabalho? Sim, até mais que arrumar armários e gavetas. Foram dias, e não horas. Mas está tudo aqui comigo, enquanto que o pendrive, não. Não mais.

Recebendo sinais...

 

Há tempos venho falando a mim mesmo que tenho que comprar calças novas. Atualizar o armário, que estava sem novidade faz um tempão. Mas o hábito de dizer “isto não é prioridade agora” me fez adiar ainda mais esta necessidade. E não é que hoje vou ao trabalho com aquela calça que é ideal para se usar em dias de calor (como o que fez hoje), justamente por me recusar a sair de jeans com este calor para invernos? E eu me recusei a costurar o furo do bolso! No dia anterior a este, ou seja, ontem #complicandoumpouco, o meu dispositivo portátil desta trama (pendrive) deu piti no micro e travou tudo! Em meio ao término de um trabalho, aquilo não abria! O computador reiniciado e o pendrive fora desconectado e reconectado várias vezes mas não era identificado, os arquivos não apareciam, mas o desespero sim, este veio efervescente. Com a cabeça quente e os neurônios exaustos, uma busca no Google salvou a minha agonia, que deixei registrada no facebook:

Celitu: Meu Facebook

E eis que, mesmo com o sufoco do dia anterior, eu insisti em usar aquele pendrive. Resolvi trazer trabalho pra casa para adiantar o restante que já me esperava no dia seguinte.

Você acredita em sinais?

Já ouvi várias pessoas dizerem por aí (e me dizerem também), que quando perdemos alguma coisa é sinal de que algo ruim estava por perto e precisava sair, ou que tem que um motivo para ter perdido aquilo (um significado, um sinal). Com um pouco de tempo nesta vida, passei a acreditar em certos sinais (ou avisos), como a energia das pessoas, o poder do sorriso, do pensamento positivo. Ao me desviar de pessoas negativas, muita coisa mudou ao meu redor, e recentemente me livrei de mais uma. A sensação de leveza no ambiente é enorme, então, quando senti que algo deslizava por minha perna e que poderia ter caído do meu bolso, não fiquei com aquela sensação de perda, não me senti atraído em vasculhar a poltrona de cima a baixo do ônibus, para ter certeza absoluta de que algo caíra do meu bolso. Bastou eu chegar em casa para captar aquela mensagem: eu estava há muito tempo com o pensamento e uma preocupação com o trabalho. Estava dedicando-me demais àquilo que não se dedica a mim. Trabalho é trabalho, não é gente. Trabalho não precisa dormir, gente sim! Trabalho não respira, gente sim! E por aí vai... Por isso que nesta semana acordei um pouco diferente, com algo me dizendo: “ta na hora de pensar mais em você”! E neste mesmo dia, venci a preguiça e retornei às caminhadas no parque que havia parado há alguns meses. Venci a preguiça, o cansaço, mas os venci para mim! Se eu deixasse aquele trabalho para ser feito no trabalho, o pendrive provavelmente não teria caído do bolso, pois tantas vezes passei a mão sobre o bolso pra me certificar de que tudo estava lá dentro (além dele). Preocupação com o pendrive? Não, preocupação com os outros... ou melhor, com as coisas que seriam para os outros.

sinalRecebi um sinal amarelo, mas que agora passou a ser verde: terei o bolso costurado, aquelas calças compradas e um novo pendrive pras coisas do trabalho. Terei um tempo pra mim. Terei o meu tempo para mim (TAM-bém). É tempo de mudanças, aliás, todos estes causos sempre me disseram isso: é hora de mudar! Não quero alimentar esperanças de que alguma boa alma enviará o pendrive até o meu trabalho, ou que os funcionários do ônibus que no mínimo sabem da minha profissão, tenham encontrado e arrisquem em me perguntar se é meu. Acredito que nada acontece por acaso, como algumas vezes que deixei de sair de casa para ir a uma viagem ou algum lugar na cidade por sentir que não devia sair de casa, e constatar depois que durante aquela viagem o carro sofrera um acidente e o local para onde eu iria, havia sido assaltado. Quando o meu cachorro emitiu um som diferente do habitual, que me fez sentir que ele se despedia de mim, e dois dias depois ele consumava aquele fato. O trabalho que adiantaria hoje continuou sendo de amanhã, e o post que sairia bem depois de amanhã, saiu hoje! Tive um tempo para mim...

Ontem morreu o locutor Luiz Lombardi, hoje, a atriz Leila Lopes. O que isso quer dizer, algum sinal? Afinal, você acredita em sinais?


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4 comentários:

  1. Olá Marcelo,
    recentemente também perdi meu pen-drive no ônibus com arquivos pessoais e do trabalho, por sorte tinha feito back up naqueles dias.

    Em seis anos trabalhando com informática, aprendi uma coisa que sempre digo pra quem usa computador. "Nunca confie em um computador, porque ele sempre falhará quando você mais precisar". Obviamente que é um exagero da minha parte, mas só assim para as pessoas aprenderem a fazer back up dos seus arquivos.

    Uma vez uma pessoa me procurou pra consertar o computador dela que não estava ligando. Precisava ser rápido porque ela tinha que terminar o tcc que estava SOMENTE no computador. Advinha qual foi o diagnóstico: HD queimado. Acho que dá pra imaginar o desespero da pessoas não é? Não sei como ela resolveu, mas a única coisa que pude fazer foi comprar um outro HD e instalar tudo novo pra ela.

    Um forte abraço,

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  2. Embora eu tenha, às vezes, que criar um arquivo no pendrive, assim que chego em casa, já deixo uma cópia. Foi o caso do pendrive. Abraço.

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  3. Não é difícil se envolver demais com trabalho e esquecer que há outras coisas. Os sinais devem existir, não como avisos divinos, mas como algo que alguma parte de nós mesmos já prevê, só temos que ter sensibilidade para parar e ouvir, é como sentir dor, se não sentirmos dor não saberemos que há algo de errado; sentimos a dor e vamos em busca de solucionar o problema; assim também deve ser com os sinais.

    Uma abraço, meu querido!

    William

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  4. É...não existem coincidências. Nada é por acaso.
    Por isso mesmo, vim aqui para fazer mais uma indicação e essa é pra lá de especial, pois mesmo em reforma, não pude deixar de postar.
    Beijo e até...

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