terça-feira, 24 de agosto de 2010

Eu “tarro”, você “tarra”?

 

por Marcelo Moraes

Certo ou Errado?

Você sabe que é o certo, mas insiste em fazer o errado; Tem total convicção de que está errado, mas não liga se for uma vez ou outra, ou outra, ou outra...Deseja que o outro faça errado para que você veja e ache graça...Por um instante você até pensa: “Eu, hein, saidimim!” Mas um pensamento alheio vem, e lhe encara: “Pq, tá com medo?” Sem saída, devolve um trivial “Mediquê?” E vem o veredicto do outro pensamento: “De falar português, Mané!”


“é nóis na fita!”

Quem é que nunca observou alguém falando errado num momento tão importante para você ou para quem o acompanha? Impossível alguém dizer que nunca observou isso, certo? E indicar um amigo para um trabalho, dizendo qualidades da pessoa, e de repente, você gelar, suar, quase surtar quando ela começa a falar tudo “torto” diante do possível futuro chefe, coisa que nunca tinha visto ela fazer? E mais, nós mesmos passando por isso. De repente, pintou um branco e a conjugação daquele verbo não aparece, não flui, não descola da mente e você arrisca uma conjugação súbita ou solta um “como que eu poderia dizer...” Num outro caso, estudar tanto um assunto e numa hora que precisa falar sobre ele, você fala, e fala, e desembucha a falar...O sorriso e os olhos ficam cheios de satisfação, mas no fim, esquece daquele sutil detalhe: TerminaR de pronunciaR oS ERRES e os ESSES das palavras. E aí, mermão, tu fica queimado pros mânu como quem solta um pum e olha a cor da mão na frente de todos!


“dois pastéu e um chops…”

 Leandro e Leonardo - 1985 Vol. 01Quando se trata de celebridades e programas de TV, o pânico aumenta para quem os acompanha, pois ali, um exemplo deveria ser seguido e isso abrange uma quantidade de pessoas a perder de vista, sob todos os estados e cidades em que nem temos a ideia de onde elas ficam no mapa e muito menos o que fazem. Mas o nosso país tem a sua culpa nisso, pois apresenta aos seus habitantes, figuras que viram celebridades contando seus “causos” ou apresentando “coisas” falando “di cuarké geitu”. Quem se lembra da Dupla Leandro & Leonardo que alavancou a sua carreira - entre tapas e beijos - “contânu as coisa que fazia antes de cumeçá a ficá famoso?” E isso foi motivo, me lembro bem, dos especialistas de áreas afins da mídia discutindo este “pobrema” deles darem entrevistas por falarem tão errado para um público tão grande! E isso, nos programas consagrados, ditos de horário nobre... O dinheiro chegou, o tratamento no rosto aconteceu e, de repente, já não bancavam os “turrões” de antes, e hoje, embora mantenha o seu sutaqui, Leonardo segue a sua carreira sem o Leandro, sabendo que pode ser um brincalhão mas que também pode usar um “S” ao plural. Não ficou 100% mas passou por uma boa evolução. Agora, por favor, não me lembre do Tiririca, da Tati quebra barraco, das Popozudas e das feiticeiras da vida! Pula, deleta, não queime seus neurônios pensando nisso, que os meus já torraram! Justamente por lembrar do quanto as pessoas fizeram isso tudo acima terem seus tempos de fama. De fama, não de talento, que fique bem claro!

palmirinha E assim como Leonardo, a mais antiga das apresentadoras de programas de comilança da TV, Palmira Onofre, a popular “Palmirinha”, me deixa deveras irritado por ouvir, repetidas vezes “Minhas amigA” e ter o seu programa ao vivo reinando por tantos anos! E vira uma febre tamanha que já gerei várias discussões com a minha mãe acerca disso. Principalmente, por ser a própria filha a sua diretora (ou produtora, ou sei-lá-o-quê-dela-no-programa). Como (eu disse COMO) que você deixa a tua mãe falar errado em rede nacional? E pior: ainda diz que tem aulas de português! Fala sério, é piada ou só brincadeirinha? Tanto tempo assim pra descobrir que precisa dizer “MinhaS AmigaS?” E aí vai levando o seu pograma de comida: falando uma coisinha certa e umas coisonas erradas... Lindo isso, principalmente no dia que ela fazia propaganda da própria revista e disse que a mesma não se encontra em todas as bancas. Ela disse: “Se você não encontrar na “sua banca”, você abre a revista que dentro tem o endereço e o telefone pra você pedir ou fazer assinatura...” Eu parei, respirei, e imadiatamente gargalhei: "kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk” Minha mãe ao lado viajou... “Mãe, como você vai abrir uma revista pra procurar o telefone se você não encontra a revista pra comprar?” Formou-se um dueto de risos depois!!! E passou batido em rede nacional, novamente... Ainda bem que as receitas não falam, senão eu já estaria asfixiado ou intoxicado com todos os “pratos” que a minha mãe já fez da “minhas amiga” (assim que me refiro à Palmirinha aqui em casa :D).
 
 

“Tarra lá!”

Agora você me perdoe se eu perder a “classe ou a finesse” diante do meu carma diário, que ganhou até o título deste post. Quando você não se entrega aos MP3 da vida para ouvir músicas, lhe resta ouvir o que as pessoas comentam nos coletivos e filas de alguma loja. E lá estava eu indo para o trabalho e o celular toca justamente para aquela pessoa que não fala alto no coletivo, apenas vocaliza como se usasse um megafone. Impossível não ouvir a conversa que, repetidas vezes foram pelo celular e que depois se estendiam em papos casuais nas filas de mercado:

“Fia, onde CE foi que eu não te vi?”
“Sua vaca, eu tarra lá, por que não me chamou?”
“Tarra sim, você não tarra? Mas fulano falou que vc tarra lá”
“Eu tarro, você tarra também?”
“Tarra com você então?” “Ela tarra comigo sim!”

Meus neurônios surtaram diante daquele dialeto, com ensaio de espanhol com caipira e doses cavalares de preguiça. Até eu compreender e orientar meu cérebro de que aquilo que eu ouvia significava “TAVA LÁ”, precisei de muita meditação e muito treino para isso. Digo treino, porque depois que condicionei-me ao seu significado eu não resisto em cair no riso toda vez que alguém diz isso perto de mim #prontofalei Justamente porque as pessoas falam com tanta naturalidade e pronunciam tão rapidamente, que para mim, melhor rir pra não chorar!

“Cebolinha, onde você estava?”

Cebolinha: "Eu tava lá!" Quando o uso da internet passou a fazer parte de nossas vidas, a forma de nos comunicarmos teve um salto grande com a chegada do internetês, um termo que já ganhou espaço nos dicionários e que tem assustado muito quem não contava com esta pulguinha virtual. Quem nunca caiu na tentação de abreviar palavras, criar siglas ou escrever pela metade, merece um parabéns, pois não foi fácil de eu me policiar e passar a escrever o mais completo possível, os termos de uma conversa de Messenger ou e-mail. Mas sou dos que pensam que, se vicia escrever assim, também se vicia escrever assado. Basta criar o vício. Viciei em não abreviar. Vez ou outra eu abrevio, mas não como uma rotina de comunicação. Mas já sei, não sou a maioria... não vou mudar as estatísticas, mas pelo menos, mantenho qualificada a minha escrita.  Eu respeito o meu idioma, e por mais que eu cometa alguns erros, erro querendo acertar, diferente de quem erra por preguiça de querer melhorar, pois a maioria destas pessoas ou são formadas ou estão num curso universitário, portanto, é obrigação fazer parte da boa comunicação.

Diante disso, podemos sim acreditar que trabalhar com educação neste país é um eterno desafio, ou um desafio eterno. Educação, não só de escola, mas de tudo. Contudo, o que acaba se destacando é a voz do povo: a voz que escreve, a voz que fala, a voz que canta... E se for mesmo verdade que “a voz do povo é a voz de Deus”, agora começo a entender por que que Deus castiga...

“Tô certo, ou tô errado?”

Sinhozinho Malta: Tô certo, ou tô errado?

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5 comentários:

  1. kkkkkkkkkkkkkk adorei o post amigão, eu tarra meio sumidim né? mas "vosse" sabe por que né? hahahaha

    sabe que tenho um amiga que descobriu o orkut agora... meu Deus!!! vergonha alheia total! ela escreve cada atrocidade no status e fotos dela que eu saio rapidim das paginas... e pior... é metidinha a saber tudo.Quem se "debilita" a corrigi-la... ninguem claro hahahaaha
    Abraçãozão"

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  2. Belo post! eheheh

    Eu me sentia muito angustiada com aquela forma de falar do Leandro, não sei se melhorou mesmo, porque nunca mais o vi... Acho que falar errado para fazer charminho uma babaquice! Acho tão bonito uma pessoa bem articulada, que tem um vocabulário rico!

    Eu confesso que em blogs quando pego uma palavra escrita errada num post, tremo e fico com um pé atrás com a pessoa. Mas eu não sou dura na minha crítica, sempre levo em consideração o quanto aquela palavra pode dar margem à dúvida, por exemplo: exceção - É uma palavra difícil que volta e meia alguém escreve errado, mas quando vejo um "atrazar" eu já torço o nariz. Tem uma palavra que queria tanto lembrar aqui, muito básica e que sempre vejo escrita errada da mesma forma! Dá raiva!

    Agora me puno completamente quando a escrita é na internet, uso muito o "vc", "tb" "tava", "pra", dentre outras abreviações e isso vai para os meus posts, depois fico cortando, mas volta e meia publico assim, porque na hora da revisão passa...

    Adorei o post! Gosto muito de Português, pena que não domine tanto como gostaria! Mas é algo que sempre podemos aprimorar

    Beijocas

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  3. Marcelo, ainda estou pensando se começo a rir ou a chorar. :-) Abraço, eu tarra mei sumida mas vortei.

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  4. @Robson
    Conhecer o orkut neste momento já é um perigo, melhor nem pensar no resto! kkkkk Abraço.

    @Dama
    Estou no aguardo, anCioso, da palavra! kkkk Pelo menos no meu tempo de orkut, esta era a que mais me deixava inconformado nos tópicos das comunidades de artistas, onde os fãs dizem que estão anCiosos pelo show ou do futuro CD/DVD nas lojas. Das abreviações que citou, só o "pra" que não me puno, pois é um usual que acaba ficando melhor na pronúncia também. Dependendo do texto, o "para" fica bem chatinho de pronunciar. Obrigado! bj

    @Vanessa
    Comece a rir, assim que faço, porque não vamos corrigir estes "Herros umanos tão scedo". Eu também tarra mei sumidu, mas vortei tamêim rss Bj

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  5. Blog delicioso, parabéns !
    O que eu adoro mesmo é o "com migo"...e o quiZ, bem, esse, me mata de réiva....rsss

    Bjs meus !

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