quinta-feira, 30 de julho de 2015

O Whatsapp e o fim das Amizades

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Amizades que nunca pensei que iriam acabar, acabaram, pessoas que nunca pensei que iam me trair, me traíram... Pessoas que pensei que eram falsas, hoje estão ao meu lado e sempre estiveram, nos bons e maus momentos. Pra ver como tudo muda. ” (Eduarda Cristina)

O tempo de antigamente (que era) – tempo passado – nos fazia refletir sobre as nossas relações entre as pessoas: você criava um vínculo com ela, via escola, aniversários, eventos, shows de um determinado artista, ou algum local público ocupado por seres humanos dentro da sua faixa etária. Marcava encontros na casa de um ou de outro para jogar bola, ouvir música, papear ou aprontar alguma traquinagem. Mas a escola era o nosso maior vínculo “social” que nos permitia enraizar as primeiras formas de amizade. E quantas histórias contamos no decorrer dos anos! Quantos adendos possuímos neste interim entre a infância e a idade adulta! Mas de histórias a nossa vida sempre se alimentará, entretanto, algumas deixam de ter aquele trivial “final feliz”.

Estou sentido aquela dor que não se cura com um remédio. É a dor que silencia, mas que grita em pensamentos, que viram sentimentos, tiram o sono, que nos aprisiona dentro de nós mesmos.

E vamos tocar numa “máxima” que se espalha, diariamente, pelas redes sociais, a famosa…

“ Respeito a tua opinião, mas...”

Que em outras palavras quer dizer: “Respeite a minha opinião mas não me obrigue a respeitar a tua”.

Já tem alguns meses que venho matutando em escrever um post sobre este assunto, desde que comecei a perceber que não era mais o único a comentar sobre amizades que se desfizeram pelas redes sociais. Entretanto, você aguça uma curiosidade em saber o motivo e, depois de longas horas de conversas – reais ou virtuais – a conclusão é unânime: “#como_assim? ”

Eu procuro ser o mais claro possível nas conversas virtuais. Quando não tenho tanta proximidade com a pessoa, vou me expondo conforme o nível de contato com ela. Aos poucos, cada um vai conhecendo o outro e estabelecemos as relações tais como cada um é. Massssssssssssss (toda história tem um ‘mas’), e quando você se depara com o inesperado? O “fulano” saiu do grupo, Fulano não está mais em sua lista de amigos? Fulano não te retorna os contatos? Você só pensa: O que deu no “fulano”, meu Deus? E você sente que tudo o que passou com o “fulano”, foi em vão, de nada valeu, e você se sente que não tinha valor, ou achava que tinha algum!

Ainda não tenho uma visão tão clara destas atitudes, mas o que me faz refletir é o quanto as redes sociais mudaram as nossas relações de amizade. Tanto as antigas, quanto as novas. Sensação de que as recentes são mais flexíveis que as antigas. Aquelas que você tem anos de histórias guardadas na memória, mas que foram para a lixeira ou quarentena. “Estas”, que você sabe que estão em fase de construção, mas que num toque de enviar, tornam-se mais intensas e verdadeiras quanto “aquelas”.

Opa, eu disse VERDADEIRAS?

Eu achava que amigo fosse aquela pessoa que te conhecesse bem, a ponto de exteriorizar suas alegrias e tristezas, tal qual as suas ideias contrárias às tuas, e que como quem já te conhece, depois de soltar o verbo, o barco continuava a navegar. Bastaria deixar o nevoeiro baixar.

Amizade e resiliência

AmizadeEu achava também que tínhamos que sempre nos colocar no lugar do outro, principalmente nas situações mais delicadas de suas vidas. Foi o que sempre fiz, o que sempre acreditei que fosse o certo. Mas ao passar por estes deletes virtuais, vi que as coisas não caminham mesmo assim. Aí você tem que tentar entender, que tudo mudou, que ficou “diferente”. Que você tem que ser instantâneo nas respostas e que não pode dizer não! Que você tem que estar disponível sempre que ele ou ela quiser falar contigo, e não o contrário. Que você não pode ter outra opinião, tem que concordar com a opinião daquele amigo, pois do contrário, você vai para o paredão.

Amigos que estão nestas redes sociais, um aviso: eu sou do bem, eu faço o bem e desejo o bem. Se não te faço nada, te faço um bem por nada lhe fazer. Entretanto, àqueles das histórias vivas em minha memória, saibam que sempre me coloquei no teu lugar, mas sinto que esta prática não foi recíproca e, portanto, estarei aqui, caminhando como sempre fiz, sendo quem sempre fui, com as minhas formas de brincar ou de ouvir, sem mais tempo a perder, com aquele sentimento que não mais vai se regenerar ou reconstruir dentro de mim. Ficaste bem com esta distância? Que bom para você! Só não fale mal de mim, pois na minha memória tem muitas coisas boas de você, que nem o whatsapp conseguirá lhe descrever, muito menos “excluir”. Você me excluiu, eu lhe arquivei...

“Amizade é um amor que nunca morre.”

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